Dezembro Laranja: campanha alerta para os riscos do câncer de pele

por Juliana Scaravonatti publicado 09/12/2024 08h59, última modificação 09/12/2024 08h59

No Brasil, o mês de dezembro é o indicativo de dias com sol mais intenso e calor em razão do início do verão. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e outras entidades de saúde intensificam a campanha de conscientização sobre o câncer de pele por meio do Dezembro Laranja.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o tipo de câncer mais frequente no país, sendo que para 2023, são estimados cerca de 220 mil novos casos. Quanto ao câncer de pele melanoma, o mais grave, o número de casos novos estimados é de 8.980. Conforme explica a dermatologista que atua no Hospital do Câncer em Uberlândia, Dra. Mabel Gomides, “o câncer da pele surge do acúmulo nocivo de radiação ultravioleta (RUV) promovendo danos celulares e a formação do tumor”.
Entendendo o câncer de pele
Existem três tipos de câncer de pele: o melanoma, que representa 10% dos casos, câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular-70% e carcinoma espinocelular- 20%) e outros tipos (menos de 1%). O câncer de pele não melanoma é considerado o mais grave, e infelizmente observa-se um aumento nos diagnósticos. “Houve um aumento considerável nos últimos anos de 4 para 10% do total de cânceres da pele. Existe uma preocupação adicional com relação ao câncer da pele do tipo melanoma por se tratar de um câncer muito agressivo com elevado risco de metástase e óbito, se não diagnosticado e tratado precocemente”, pontua Dra. Mabel.
Em quaisquer casos, o diagnóstico precoce é fundamental para um bom resultado no tratamento. Ações como o mutirão para avaliar casos suspeitos de câncer de pele, realizado no início de dezembro no Hospital do Câncer em Uberlândia, são uma amostra de ações que podem ser feitas contribuir com um atendimento antecipado.
Principais fatores de risco e sintomas
O principal fator de risco para induzir a formação do câncer é a radiação ultravioleta, portanto, qualquer pessoa pode ter um câncer de pele. “Os pacientes com maior risco de desenvolver a doença são aqueles com olhos, cabelos e pele clara, com queimaduras solares prévia, história prévia pessoal e/ou familiar de câncer de pele, muitas pintas pelo corpo, presença de sardas e que possuem doenças imunossupressoras (AIDS, transplantados, etc.)”, alerta a médica.
A presença na pele de alguns sintomas pode ser facilmente observada:
– Lesões elevadas, brilhantes ou escurecida que crescem lentamente com sangramento fácil;
– Lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam após 6 semanas, podendo ser dolorosa ou com sangramentos;
– Pintas ou manchas escurecidas de crescimento progressivo com mudanças de cor, ou formato, além de sinais de crescimento ou sangramento. Neste caso podemos usar a regra do ABCDE para identificação de risco de suspeição de melanoma nas pintas ou manchas escuras. São altamente suspeitas as lesões com ASSIMETRIA das estruturas, BORDAS irregulares, mais de duas CORES, DIÂMETRO maior que 5 mm e EVOLUÇÃO com aumento do tamanho.
Se atentar aos cuidados com a pele é a melhor forma de prevenção
Não se descuidar de uma rotina simples de cuidado é a melhor forma de se prevenir contra o câncer de pele e ainda manter o maior órgão do nosso corpo saudável. A proteção solar é um conjunto de atitudes e envolve: evitar a exposição entre 9h e 15h, uso de chapéu, camiseta e óculos escuros, ficar na sombra e principalmente, não esquecer de usar protetor solar FPS 30 ou mais.