Mapa definitivo da 11ª rodada do Distanciamento Controlado tem oito regiões em vermelho
Analisados os 59 pedidos de reconsideração de municípios e associações regionais, o mapa definitivo da 11ª rodada do Distanciamento Controlado ficou com oito regiões em bandeira vermelha (alto risco epidemiológico) e as 12 restantes com laranja (risco médio). As bandeiras são vigentes a partir da 0h desta terça (21/7) até as 23h59 da próxima segunda-feira (27/7).
O Gabinete de Crise acatou o pedido de reconsideração de 10 das 18 regiões classificadas preliminarmente em bandeira vermelha, conforme divulgado pelo governador Eduardo Leite em transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta segunda-feira (20/7).
Na semana anterior (10ª rodada), o Estado estava com mais regiões com alto risco, o que não quer dizer, segundo o governador, que os gaúchos podem relaxar no cumprimento dos protocolos do Distanciamento Controlado.
“Não significa que o Estado esteja vivendo menor risco, mas que temos observado que há uma situação mais grave concentrada nas regiões de bandeira vermelha, principalmente na Região Metropolitana. Mas não podemos relaxar os cuidados nas regiões de bandeira laranja para não chegar no nível crítico das demais. Por isso, renovo o apelo para que atendam aos protocolos, fiquem em casa o máximo que puderem, estabeleçam menor número de contatos possível para termos redução da demanda da estrutura hospitalar e possamos manter ao máximo as atividades econômicas”, afirmou Leite.
O mapa com a classificação de todas as regiões e os respectivos protocolos recomendados podem ser acessados em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br.
No mapa preliminar, o Estado estava com 18 regiões em bandeira vermelha. O governo decidiu acatar o pedido de reconsideração de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Erechim, Lajeado, Ijuí, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santo Ângelo e Uruguaiana. Conforme o governador, essas zonas tiveram melhoria ou estabilidade em indicadores importantes, compor isso, foram mantidas com risco em nível médio.
Com isso, elas se juntam a Bagé e Pelotas, que já eram as únicas duas regiões classificadas com bandeira laranja no mapa preliminar divulgada na sexta-feira (17/7).
O Gabinete de Crise, contudo, indeferiu os recursos apresentados pelas regiões de Caxias do Sul, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara, que permanecem em bandeira vermelha, por terem apresentado alto nível de ocupação dos leitos e de propagação do vírus.
Assim, se juntam a Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre, que já estavam em vermelho e seus representantes não apresentaram pedido de reconsideração.
Mais uma vez, o governador fez um alerta especialmente para a Região Metropolitana, que, mesmo com a ampliação de leitos, tem chegado próximo do esgotamento da capacidade hospitalar.
“Houve uma redução da velocidade do número internações e na demanda hospitalar do Estado, que era de 30% há um mês, e agora está em torno de 15%. Isso é positivo, mas não é suficiente, porque continua crescendo, e a capacidade de ampliação da oferta não consegue ter a mesma velocidade do aumento da demanda. Se não tivéssemos feito ampliação de 75% nos leitos no RS, já teríamos esgotado a capacidade de atendimento há cerca de um mês. Como a população atendeu aos protocolos do Distanciamento Controlado, conseguimos fazer ampliação e evitar a sobrecarga. Mas já temos algumas regiões, como é o caso da Metropolitana, chegando no limite e, por isso, não podemos relaxar agora”, afirmou Leite.
A coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, participou da transmissão e reforçou o apelo do governador:
“É muito importante reiterar que essa desaceleração não significa melhora no quadro geral. Os moradores dessas oito regiões em bandeira vermelha precisam especialmente aderir aos protocolos e se manter mais em casa, obedecendo ao distanciamento, para que a gente consiga não pressionar tanto o sistema hospitalar”, apontou Leany.
Regra 0-0
Depois da análise de recursos, o Estado ficou com 252 municípios sob bandeira vermelha, o que corresponde a 63,6% da população gaúcha (7.199.739 habitantes). Deste total, 120 municípios não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento – equivalente a 5,5% da população gaúcha (620.914 habitantes).
As prefeituras dessas cidades se adequam à chamada Regra 0-0 e podem, portanto, adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio. Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja.
Mudança nos protocolos
A 11ª rodada também trouxe duas alterações nos protocolos do Distanciamento Controlado. A primeira delas é a ampliação do teto de operação nas bandeiras vermelha e preta para os setores da Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados, Produção Florestal e Pesca e Agricultura.
A segunda diz respeito à inclusão do pague e leve, sob agendamento, na bandeira vermelha para serviços de higiene e hospedagem de animais (como pet shops).
RECURSOS DEFERIDOS
REGIÕES (10)
Classificadas previamente em vermelho, as seguintes regiões que permanecerão na laranja pelos seguintes motivos:
• Santo Ângelo: a macrorregião missioneira teve melhoria ou estabilização de diversos indicadores, favorecendo as microrregiões que estão vinculadas a ela, como Santo ngelo. A região tinha tido 23 hospitalizações na semana anterior e reduziu para 10 na última semana. O número de óbitos se manteve em três. Quando se analisa casos ativos e recuperados, são 29 casos ativos para 99 já recuperados. Todos esses indicadores agregados fizeram o governo deferir o pedido de reconsideração da bandeira vermelha.
• Santa Rosa: também está vinculada à macrorregião missioneira e especificamente Santa Rosa tem um bom número de leitos livres: 2,9 leitos livres para cada leito ocupado, o que é um bom indicador e ajudou a manter a região na bandeira laranja.
• Cruz Alta: outra região vinculada à macrorregião missioneira que teve melhorias locais e levou o Gabinete de Crise a acatar o recurso.
• Ijuí: também apresentou melhoria de indicadores da região, o que levou a deferir o pedido de reconsideração da bandeira vermelha.
• Erechim: também teve melhoria de indicadores, entre as quais, queda de 15 hospitalizações na semana anterior para 11 na última semana, e o número de casos ativos/recuperados saiu de 71 ativos para 159 recuperados e passou a 50 ativos para 201 recuperados. Isso levou o governo a acatar o recurso e manter a região em bandeira laranja.
• Cachoeira do Sul: a região saiu de 11 hospitalizações na semana anterior para três na última semana. O número de óbitos permaneceu estável em dois. A relação de leitos livres com ocupados também foi de 1,88 para 2,18 leitos. Esses indicadores agregados levaram a reconsiderar a bandeira, mantida em laranja.
• Santa Cruz do Sul: a região havia registrado três óbitos na semana anterior e, na anterior, não teve nenhum. O número de hospitalizações também caiu, saindo de 11 para sete. Tudo isso levou o governo a acatar o recurso e retirar a bandeira vermelha.
• Lajeado: o recurso também foi acatado porque a região, que já esteve em situação bem grave, está relativamente sob controle. Somando à boa oferta de leitos na macrorregião dos vales, o pedido foi acatado e Lajeado se manteve em bandeira laranja.
• Santa Maria: a região teve 23 hospitalizações na nona rodada, baixou para 12 na 10ª, e subiu para 38 na 11ª, aumento considerado preocupante. No entanto, o número de óbitos da região era de um, passou para três e, agora, quatro, número baixo considerando o tamanho da região. No indicador que mostra a evolução da doença, foram 73 casos ativos para 390 recuperados – o melhor indicador entre ativos e recuperados do Estado. Além da boa disponibilidade de leitos da região, a relação entre ativos e recuperados contou bastante para manter Santa Maria na bandeira laranja.
• Uruguaiana: os dados serão analisados juntamente com Santa Maria, está na mesma macrorregião, ao longo dessa semana.
MUNICÍPIOS (1)
Crissiumal (região de Ijuí): contaminação nosocomial (dentro do hospital) de paciente, por isso, foi pode ser incluída na Regra 0-0.
RECURSOS INDEFERIDOS
Regiões (4)
As seguintes regiões ficarão na bandeira vermelha pelos seguintes motivos:
• Palmeira das Missões
• Passo Fundo
• Caxias do Sul
• Taquara